O que a Alemanha e Inglaterra me ensinaram

Essa semana eu completei três anos na Inglaterra. Eu nunca fui de pensar a longo prazo e viver fora nunca foi algo que foi muito concreto para mim. Eu costumava dizer que um dia eu queria ter a experiência de morar no exterior para aprender inglês, mas o que eu não sabia era o quanto eu aprenderia sobre o meu eu. 

Eu vivi um pouco mais de um ano na Alemanha, o que totaliza quase cinco anos fora do Brasil. E na busca de me encontrar e experimentar algo novo, eu me senti completamente perdida, vazia e só pensava em voltar. Eu não fui para o emprego dos sonhos, eu também não falava a língua e eu também me sentia muito sozinha, mas algo em mim dizia que meu tempo vivendo fora ainda não tinha acabado. Foram inúmeras situações na Alemanha que pareciam um teste de resiliência até tomar a decisão de começar tudo de novo. 

E recomecei de novo imigrando pela segunda vez. Eu fui atrás do meu sonho de aprender inglês, de atuar como fono, de ser independente financeiramente e achava que isso me completaria, afinal era o meu sonho. E de fato me completa muito, mas o que eu não sabia era o quanto viver fora me tornaria forte, quebraria preconceitos e traria tantas experiências que eu nunca teria se não tivesse imigrado. 

E aí o meu sonho virou VIVER: viver experiências novas, me conectar com pessoas que me acrescentam, ficar numa constante busca de ligar menos para coisas e ligar mais para experiências. Meu sonho não tem mais uma linha de chegada, eu quero viver constantemente assim: experimentando, viajando, ajudando, trocando. E para isso, eu não preciso estar necessariamente aqui, eu posso ser e pertencer a qualquer lugar do mundo. Eu precisei cruzar o oceano para entender que o que eu mais estava buscando estava dentro de mim o tempo todo.

Imigrar é entender que você nunca mais será o mesmo. É ter uma vida inteira dividida entre dois lugares e virar a ponte entre eles. É conhecer um novo eu que você achava que não existia. Imigrar me mudou para sempre. Obrigada Alemanha e Inglaterra por me apresentar uma Giovana que eu não conhecia.

Eu tinha medo do risco de sair de casa e nunca mais achar um lar, mas como os próprios britânicos dizem: home is where the heart is.

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